Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cyberatletas ganham dinheiro e se profissionalizam.

Premiações funcionam como incentivo, porque permitem que eu possa largar tudo e me concentrar no jogo, diz cyberatleta


A onda dos e-Sports (ou esportes eletrônicos) é uma novidade que cresce cada vez mais no Brasil. Jogadores de videogames se tornam profissionais, vencem campeonatos, ganham dinheiro e passam a ganhar status de atletas olímpicos. Já é algo muito conhecido no exterior, mas, no País, o mercado ainda está em crescimento — e ser um profissional de games não é tão simples quanto parece. Diferentemente do que acontece em outros países, como nos Estados Unidos ou na Coreia do Sul.

Segundo a Riot Games, desenvolvedora de games e que também atua nos cenários de e-Sports, essa “brincadeira” pode render US$ 46 bilhões até 2016 para o Brasil.

Isso porque o potencial brasileiro é grande: o País está no 4º lugar no mundo, em consumo. Em 2011, o setor movimentou US$ 420 milhões.

Se jogar basquete ou futebol é considerado profissão, os e-Sports estão muito perto disso. E a carreira tem oportunidades similares: quando o jogador profissional se “aposenta”, pode trabalhar em empresas que desenvolvem jogos, ou participam de times competitivos.

Profissionalização cibernética

Desde 2011 o Brasil é um dos maiores consumidores de videogames no mundo, segundo a Real Games (líder mundial de jogos casuais) e a GlobalCollect (líder área de pagamentos eletrônicos). Dos 46 milhões de internautas brasileiros, 76% são usuários de jogos digitais.

Muito diferente do que acontece no Brasil, cyberatletas são comuns nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, e suas rendas mensais podem chegar a mais de R$ 5.000 (US$ 2.500). Por aqui, ainda há a necessidade de mais investimentos de empresas parceiras e patrocínio para que esses atletas possam, de fato, se tornar profissionais — e não necessitem de uma segunda atividade para pagar as contas no fim do mês.

Os poucos campeonatos que existem no Brasil são financiados por empresas de games. Desta forma, o torneio funciona como um incentivo para jogadores e, consequentemente, para que espalhem o nome dos jogos para outros players.

Leonardo “Alocs” Belo, de 23 anos, foi o campeão brasileiro da Brasil Game Show 2012 e é atleta de League of Legends da CNB e-Sports, uma grande equipe de games nacional. Patrocinado pela Kingston HyperX, ele conta que essas premiações servem como um incentivo para que possam se concentrar mais e, consequentemente, vencer mais.


— As premiações funcionam como incentivo porque permitem que eu possa largar todas as outras coisas e me concentrar somente no jogo, deixar de trabalhar, para tentar algo mais sério.

Para “Alocs”, no Brasil, a profissionalização pode acontecer, mas essa realidade é muito mais visível em outros países.

— Existe a possibilidade de viver sem outra profissão. Mas manter-se apenas com premiação de campeonatos não dá certo aqui no Brasil. Lá fora isso já se tornou uma realidade, mas aqui as coisas não funcionam assim, embora estejam andando muito rápido nesse caminho. As coisas estão crescendo, empresas cada vez maiores começam a apoiar times experientes. Parece promissor.

Cada título possui um estilo próprio - são normalmente jogos competitivos – disputados em tempo real por vários jogadores simultaneamente. Os jogos eletrônicos possuem capacidade de interação e fazem com que os cyberatletas pratiquem as habilidades de estratégia, com games como Starcraft 2, Call of Duty: Black Ops 2 e League of Legends.

Eduardo Hayashi, que trabalha como analista de conteúdo e entende sobre o assunto, conta um pouco sobre a dificuldade dos cyberatletas brasileiros.

— No Brasil há diversas competições profissionais. A maioria [dos jogadores] possui um emprego em outra carreira e participa de torneios e campeonatos apenas para ganhar um dinheiro extra e adquirir mais experiência.

Como se tornar um cyberatleta?

Para se tornar um cyberatleta, é preciso ter aptidão para jogos, entender as dinâmicas e ser interessado e dedicado. Ainda não existe um curso para se profissionalizar, mas Whesley "Leko" Holler, de 21 anos, cyberatleta e também patrocinado pela Kingston HyperX (além de ser o primeiro lugar no Campeonato da NVIDIA 2012), conta que entender o inglês é uma boa ferramenta:

— Determinação e nunca achar que é bom o suficiente. Nesse ramo, como em vários outros, não pode se “estacionar”, precisa sempre estar evoluindo. Tente aprender com os mais experientes, veja como eles jogam, como reagem às adversidades. E treine bastante.

Bruno Vasone, gerente de e-Sports e Comunidade da Riot Games, afirma que ser um cyberatleta exige concentração, paciência, disposição e um ritmo que acompanhe as atividades físicas e conversas com o treinador, a fim de definir determinadas estratégias. 


Além dessas técnicas, existe a necessidade de o gamer jogar em equipe e se empenhar muito para manter o corpo saudável. Geralmente, em um nível competitivo, os jogadores passam 10 horas treinando por dia. Então, uma das dicas é evitar os estresses físicos e mentais em excesso, controlar o uso de bebidas e festas, assim como qualquer outro atleta empenhado fora do mundo eletrônico, explica Leonardo “Alocs”.


Consumo de games no Brasil

Inicialmente o e-Sports começou de uma maneira muito amadora, mas agora está se profissionalizando. A empresa Konami vem patrocinando alguns campeonatos no Brasil: já aconteceram a Copa Carrefour e a de Pro Evolution Soccer.

A empresa, no Brasil, é a responsável pelo Pro Evolution Soccer — que gera interesse no público, afinal são muitos os fãs nacionais do futebol. No entanto, ainda não promovem campeonatos de PES entre os jogadores amadores.

“Não temos ainda iniciativas de profissionalização ou patrocinar algum gamer. Porém buscamos sempre apoiar campeonatos locais, além do nosso ‘oficial’, que distribui prêmios altos, custeia passagem e despesas dos finalistas”, conta Aníbal Vera, Country Manager da Konami no Brasil.


Segundo algumas pesquisas, inclusive a da Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), o tempo que os brasileiros gastam jogando games é quase o dobro do tempo para a televisão, de 5,5 horas por semana, e quase igual ao tempo gasto na Internet, que chega a 11,3 horas por semana.

0 comentários :

Postar um comentário